A obra Data-river (2023)  busca ressignificar as relações humano-dados-paisagem, intervindo no código de funcionamento das imagens. O que nós propomos com o trabalho é uma retomada da atenção as operações invisíveis que compõem as imagens digitais.

 O método consistiu em subverter as lógicas de geolocalização (coordenadas reais no espaço físico) de fotografias de rios presentes em bancos de dados pessoais e incluí-las como vetores de descentralização na programação de uma imagem digital (linhas de código do espaço virtual) por meio do software P5.js. Por códigos, nós entendemos toda a camada que compõe as imagens. 

O resultado: uma imagem abstrata no qual o rompimento de pixels foram programados a partir dos dados numéricos das coordenadas geográficas. Os pixels, assim, revelam seu movimento. O rompimento também está presente na lógica de processamento automático das imagens digitais, apresentadas em um formato que evidencia o hibridismo da imagem situada nas fronteiras entre a fotografia e a paisagem. 

Data-river tenta des-limitar o gesto imposto pelas mediações tecnológicas e suas implicações sobre o corpo, em regime coletivo, nos processos de co-aprendizagem entre humanos e não humanos. Isso se reflete em propostas de novos modos de existência impulsionados pela arte, um novo significado para as relações entre humanos, natureza e tecnologia.

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